Wesley Caetano 
Hoje participamos, em nome da Rede Sustentabilidade, da plenária de organização do Comitê Potiguar Soberania e Democracia. O espaço reúne instituições da sociedade civil organizada e organizações político-partidárias em torno de um objetivo comum: defender a soberania nacional, a democracia e os interesses do povo brasileiro.
Durante o encontro, ressaltamos a importância de aproximar esse debate da realidade potiguar. O Rio Grande do Norte sofre de maneira direta os impactos das taxações impostas pelo governo norte-americano de Donald Trump, que atingem setores estratégicos da nossa economia, como o pesqueiro e o salineiro. Esses segmentos, historicamente fundamentais para o estado, vêm sendo sufocados por medidas que favorecem interesses externos. Ao mesmo tempo, setores como o minério e as energias renováveis crescem em importância, o que aumenta ainda mais a necessidade de defender nossas riquezas diante da cobiça internacional.
Mas a luta pela soberania não pode se restringir à pauta nacional. Ela precisa dialogar com o cotidiano da população potiguar. Hoje, Natal enfrenta uma grave crise política e institucional, marcada pelo uso de emendas parlamentares para fins pessoais e de autopromoção, em vez de atender às necessidades coletivas. Soma-se a isso uma crise sem precedentes na saúde pública, com a tentativa de privatização das UPAs por meio de um contrato questionável. Essa iniciativa foi denunciada em relatórios técnicos do Tribunal de Contas, do Ministério Público e também pelo Sindicato dos Médicos, através da firme atuação do Dr. Geraldo Ferreira, que tem revelado os riscos desse modelo para a sociedade natalense, portanto é nosso dever participar desse debate.
Além disso, reafirmamos a necessidade de apoiar a luta por moradia, reconhecendo a legitimidade de movimentos como o MLB. Mais do que reivindicar habitação digna, o movimento também tem cumprido um papel importante ao denunciar crimes contra a humanidade, como o genocídio do povo palestino pelo Estado de Israel.
A soberania, portanto, não é apenas externa. Ela também se expressa internamente, quando defendemos a democracia, os direitos sociais e a dignidade do nosso povo. O Brasil é um país riquíssimo, mas não é segredo que os Estados Unidos há muito tempo buscam se apropriar de nossas riquezas naturais e minerais.
Cabe a nós, de forma organizada e coletiva, resistir a essas tentativas, fortalecer a democracia e construir caminhos para que a soberania seja, de fato, do povo brasileiro.
